26/11/2025A Espera que transforma

Despertando a auto presença em um mundo distraído

 

Olá, alma corajosa!

Esta semana fui renovar minha habilitação e, me deparei com a oportunidade de exercitar algo que considero fundamental para o nosso desenvolvimento: a auto presença, a observação e, sobretudo, a auto-observação.

 

É quase um reflexo automático, não é? Chegamos em um ambiente de espera, sentamos e em segundos, o celular se torna nossa válvula de escape, distração, nossa fuga instantânea.

 

Essa ferramenta “maravilhosa”, sempre à mão, nos proporciona agilidade para resolução de problemas e também muitas distrações que nos impede de mergulhar em nosso próprio desenvolvimento.

 

 

O Convite à Escuta Interna

Sei que pode parecer, à primeira vista, algo estranho talvez até inútil, mas acredito firmemente que este é um dos caminhos mais poderosos para o desenvolvimento pessoal.

 

Se não cultivarmos a capacidade de nos observarmos e percebermos como as coisas se movem dentro de nós, como olhamos as pessoas, como escutamos as histórias, como reagimos à própria espera, como podemos evoluir?

 

Pergunte-se: Estou ansiosa? Agitada? Com pressa? Julgando algo ou alguém?

O que realmente está acontecendo comigo neste exato momento, neste lugar?

 

Detalhes importantes:

1. Pode ser em qualquer lugar: sua casa, sua mesa de trabalho, à espera do seu dentista, na fila do mercado...

 

2. Não se trata de “não estar agitada”, “não julgar”, “não ter pressa”, a questão aqui é perceber “sim, estou agitada e, diante da agitação, me comporto assim!”

 

A questão é descobrir “como” atuo no mundo? Como estou em cada momento, diante das situações? Eu sei como eu funciono?

 

É a partir do momento em que conseguimos suportar nossa própria presença e observar a nós mesmos que desenvolvemos um superpoder: o de olhar para o outro com compaixão. A ansiedade alheia, a impaciência, a irritabilidade – tudo isso se torna mais compreensível quando primeiro reconhecemos essas nuances em nós mesmos.

 

Afinal, só nos tornamos plenamente humanos quando percebemos o que é humano em nossa própria essência, e assim, somos capazes de reconhecer essa humanidade também no outro.

 

 

Reconhecendo a Plenitude da Nossa Humanidade

Ser humano não se resume apenas a palavras amorosas e abraços calorosos, por mais essenciais que sejam, “ser humano” também é sentir irritação, impaciência, nervosismo. É aceitar que todas essas emoções fazem parte de quem somos, especialmente quando estamos diante de situações que nos tiram da zona de conforto.

 

É fácil ser “humano”, amigável e amoroso quando estamos aproveitando momentos felizes com aqueles que amamos... Uma praia, amigos, diversão e alegria. Quanto amor pode haver diante de uma cena como essa? Mas e na espera, e no atraso? E nas opiniões que divergem? No projeto que que não deu certo? Será possível reconhecer nossos próprios atrasos, nossa rigidez, nossas falhas e trazer mais humanidade na lida dessas situações?

 

Um bom ponto de partida para a auto observação é voltar a atenção para o próprio corpo:


Como está a respiração enquanto aguardo? Estou confortável? Tensa? Há algum músculo rígido? Minhas pernas estão cruzadas? Agitadas ou relaxadas?

 

Todos esses pontos são parte da auto observação e presença: como estou, o que estou pensando e como estou me sentindo? Corpo, mente e alma sendo observados na espera.

 

Às vezes é até possível, dar-nos permissão para relaxar um pouco mais e deixar a paciência circular no nosso ser.

 

Essa é a reflexão e quem sabe um conselho que deixo hoje para você, alma corajosa:

 

Aproveite as oportunidades de espera que a vida lhe oferece – não para se distrair, mas para estar com você. Para descobrir como você funciona diante do agora, diante do tempo sobre o qual não temos controle.

 

Com carinho,

Fabi Cauneto

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