Esta
semana fui renovar minha habilitação e, me deparei com a oportunidade de
exercitar algo que considero fundamental para o nosso desenvolvimento: a auto presença,
a observação e, sobretudo, a auto-observação.
É
quase um reflexo automático, não é? Chegamos em um ambiente de espera, sentamos
e em segundos, o celular se torna nossa válvula de escape, distração, nossa
fuga instantânea.
Essa
ferramenta “maravilhosa”, sempre à mão, nos proporciona agilidade para resolução
de problemas e também muitas distrações que nos impede de mergulhar em nosso
próprio desenvolvimento.
O
Convite à Escuta Interna
Sei
que pode parecer, à primeira vista, algo estranho talvez até inútil, mas acredito
firmemente que este é um dos caminhos mais poderosos para o desenvolvimento
pessoal.
Se
não cultivarmos a capacidade de nos observarmos e percebermos como as coisas se
movem dentro de nós, como olhamos as pessoas, como escutamos as histórias, como
reagimos à própria espera, como podemos evoluir?
Pergunte-se:
Estou ansiosa? Agitada? Com pressa? Julgando algo ou alguém?
O
que realmente está acontecendo comigo neste exato momento, neste lugar?
Detalhes
importantes:
1.
Pode ser em qualquer lugar: sua casa, sua mesa de trabalho, à espera do seu
dentista, na fila do mercado...
2.
Não se trata de “não estar agitada”, “não julgar”, “não ter pressa”, a questão
aqui é perceber “sim, estou agitada e, diante da agitação, me comporto assim!”
A questão é descobrir “como” atuo no
mundo? Como estouem cada momento, diante das situações? Eu sei como eu
funciono?
É
a partir do momento em que conseguimos suportar nossa própria presença e
observar a nós mesmos que desenvolvemos um superpoder: o de olhar para o outro
com compaixão. A ansiedade alheia, a impaciência, a irritabilidade – tudo isso
se torna mais compreensível quando primeiro reconhecemos essas nuances em nós
mesmos.
Afinal,
só nos tornamos plenamente humanos quando percebemos o que é humano em nossa
própria essência, e assim, somos capazes de reconhecer essa humanidade também no
outro.
Reconhecendo
a Plenitude da Nossa Humanidade
Ser
humano não se resume apenas a palavras amorosas e abraços calorosos, por mais
essenciais que sejam, “ser humano” também é sentir irritação, impaciência,
nervosismo. É aceitar que todas essas emoções fazem parte de quem somos,
especialmente quando estamos diante de situações que nos tiram da zona de
conforto.
É
fácil ser “humano”, amigável e amoroso quando estamos aproveitando momentos
felizes com aqueles que amamos... Uma praia, amigos, diversão e alegria. Quanto
amor pode haver diante de uma cena como essa? Mas e na espera, e no atraso? E nas
opiniões que divergem? No projeto que que não deu certo? Será possível
reconhecer nossos próprios atrasos, nossa rigidez, nossas falhas e trazer mais
humanidade na lida dessas situações?
Um
bom ponto de partida para a auto observação é voltar a atenção para o próprio
corpo:
Como
está a respiração enquanto aguardo? Estou confortável? Tensa? Há algum músculo
rígido? Minhas pernas estão cruzadas? Agitadas ou relaxadas?
Todos
esses pontos são parte da auto observação e presença: como estou, o que estou
pensando e como estou me sentindo?Corpo, mente e alma sendo observados na
espera.
Às
vezes é até possível, dar-nos permissão para relaxar um pouco mais e deixar a paciência
circular no nosso ser.
Essa
é a reflexão e quem sabe um conselho que deixo hoje para você, alma corajosa:
Aproveite
as oportunidades de espera que a vida lhe oferece – não para se distrair, mas para
estar com você. Para descobrir como você funciona diante do agora,
diante do tempo sobre o qual não temos controle.